Meu coração, coitado, bate acelerado na estrada da vida.
Mas sonha mais que bate... bate distraído, a sonhar...
Meus órgãos todos fazem mais o que gostam, do que o a que são destinados fazer,
e todos eles gostam mais de sonhar:
Pés que sonham mais que pisam...
Brasos que se balançam mais que abraçam - agarados ao tronco do corpo,
como crianças nos galhos das árvores - seu sonho é serem meninos gêmeos.
Minhas pernas morrem por não serem escadas, por onde qualquer um chegasse ao céu.
E a barriga, bem no centro de tudo em mim, só queria fugir
para conhecer o horizonte dos extremos e, quem sabe, um dia, ver um pôr de sol.
O peito - e nem poderia ser diferente - quer um escudo e uma manta,
pois que todas as dores e todos os frios da vida sempre pernoitam por lá...
Os pulmoes queriam respirar gás hélio, para também viajar pelos ares, como os balões...
E os meus olhos, tadinhos, já disse: sonham mais que vêem...
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