A minha casinha tem um jardim de baobás onde brincam crianças gigantes e uma janela do tamanho do mundo. Dela, vejo o pôr do sol nas distantes ilhas da Grécia e quando é noite, a minha janela abraça todas as estrelas.
Minha janela de tão aberta
mais parece o coração de alguém que mora no céu
lá passa nuvem, balão, estrela cadente,
pássaro, pipa, gases tóxicos...
na minha janela passa todo o vento do mundo
- e o vento, todos sabem, é a borracha das mágoas...
A minha janela foi Deus que me deu, mas ele não me ensinou como fecha-la e ela vive aberta a todas as coisas do mundo. Nos tempos de guerra e desastres eu choro até adormecer e quando acordo, pulo da janela, de pára-quedas, para lavar a alma na fumaça das nuvens.
De lá, de minha janela, vejo naus e naves cruzarem o horizonte em busca de tesouros alheios e isso me aborrece... não fosse a vida tão cheia de homens, minha janela seria como a tela de um cinema e quando chegasse o fim tudo estarai bem.
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